terça-feira, 27 de novembro de 2012

da hipnose de atena

Eu prometo que não dormiria
por mais que meus olhos pesassem
não os fecharia.
eu ali, inerte, dura
resistindo aos apelos de Morfeu
deitada de frente a ti
a contemplar tua insônia
fazendo-lhe mil cafunés
você pedindo imobilidade
eu respirando o cheiro forte da química
do teu cabelo em minhas mãos
excita
seus olhos se fecham
mas tornam a abrir
num sorriso suave
que em silêncio diz
viu, não consigo dormir
pisco um dos olhos
eu assassina
você minha vítima.
mas sou eu a prisioneira do seu não-dormir.
quero a intimidade
da liberdade do teu corpo em sono.
ao prometer-lhe a novidade e o prazer
de ser a primeira a dormir
escravizei-me ao sonho teu.

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